Sigla APPC

BARREIRAS À CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS

Visando a construção de uma reflexão crítica acerca do desempenho dos diferentes serviços, foram identificadas as barreiras em cada Unidade Orgânica relativamente à continuidade ininterrupta dos serviços, ou de acesso aos programas e serviços.

É neste enquadramento, que a APPC relata as seguintes atividades, planeadas e concretizadas no âmbito dos objetivos estratégicos, durante o ano de 2015:

CENTRO DE REABILITAÇÃO

No âmbito da participação e da orientação para os clientes, urge:

  1. definir planos individuais únicos, isto é, um cliente = um plano individual;
  2. criar grupo de trabalho que transforme o documento “contributos para a implementação da figura do gestor de caso” numa instrução de trabalho para toda a equipa técnica da APPC;
  3. alargar as potencialidades da agenda eletrónica a todos os serviços da APPC, passando a ser um instrumento de trabalho comum para as equipas;
  4. criar dossiers individuais de clientes em suporte digital, a partir do servidor da APPC, acessíveis a toda a equipa técnica;

No âmbito da ética e dos direitos é fundamental:

  1. aumentar os níveis de informação dos nossos clientes, caminhando para a capacitação; isto é, informar, consultar, envolver, colaborar e, finalmente, capacitar;
  2. uniformizar e fortalecer junto das equipas o entendimento e a atenção que as reclamações merecem;
  3. desconstruir a carta dos direitos e dos deveres, para que clientes e colaboradores a entendam e a ponham em prática.

TOPO


PORTO

É emergente a necessidade de manter a focalização na abrangência de serviços, procurando parceiros estratégicos na comunidade local que nos permitam abarcar todas as áreas de qualidade de vida das pessoas que atendemos.
A visão de que o nosso cliente é tanto a pessoa com deficiência que nos procura, como os seus familiares e outros que constituem a sua rede de suporte, desafia diariamente as equipas a serem cada mais proativas na procura de novas soluções, que contribuam para o desenho de projetos de vida cada mais satisfatórios.
Os grupos de discussão e partilhas de práticas, quer interna quer externamente, serão fundamentais para um desenvolvimento de raciocínio crítico e aberto à diversidade das necessidades das pessoas que atendemos. Neste ponto é fundamental o envolvimento e os contributos das nossas parcerias.
Os nossos clientes têm-nos desafiado a sair cada vez mais para fora de portas, quer através dos nossos serviços para a promoção da empregabilidade e qualificação dos jovens e adultos com deficiência, quer através das mais diversas solicitações dos nossos serviços residenciais e ocupacionais. Neste sentido conduzem-nos para a procura de novas tipologias de prestação de serviço, cada mais centradas nos contextos de vida de cada um e nas suas comunidades.
Teremos de mover esforços para potenciar outros agentes, como as redes de voluntariado na incrementação das oportunidades de participação das pessoas com deficiência ou incapacidade quer no trabalho, no lazer, na cultura, no acesso a serviços, na participação comunitária. Mantendo-se o enfoque na valorização dos direitos das pessoas com deficiência e trabalhando diariamente para contribuir para a emergência de atitudes verdadeiramente inclusivas.
O grande desafio à continuidade da prestação de serviços nos Centros de Atividades Ocupacionais da Unidade do Porto prende-se com as dificuldades cada vez mais frequentes dos cuidadores informais na prestação de assistência à pessoa com deficiência em contexto domiciliário, tendo sido cada vez mais frequente a solicitação de serviços de assistência em casa das pessoas que atendemos diariamente.
A maioria dos familiares, têm eles próprios dificuldades motoras muitas vezes inerentes ao processo de envelhecimento que os impede de prestar os cuidados da mesma forma que o faziam até há algum tempo. As sinalizações e pedidos de ajuda devido a quedas em casa dos nossos clientes durante a realização de transferências, a impossibilidade dos cuidadores de retirar de dentro de casa as pessoas que atendemos, os pedidos de acolhimento temporário para alívio ao cuidador, são cada vez mais frequentes. Manifesta-se a necessidade de repensar o formato e o conceito de cliente na prestação de serviços dos centros de atividades ocupacionais, obrigando a um esforço cada vez maior na gestão dos recursos humanos para garantir a resposta às necessidades dos nossos clientes, É fundamental refletir acerca de uma abordagem também centrada nas condições ambientais do espaço casa e das condições de saúde dos seus cuidadores, assim como a análise da pertinência do alargamento de respostas residenciais definitivas e na sua tipologia perante as necessidades emergentes.

TOPO


 

GONDOMAR

No âmbito dos direitos dos clientes, nomeadamente os das pessoas com deficiência, o conceito da autodeterminação é ainda pouco compreendido pelos colaboradores que prestam o apoio direto. Esta evidência revela a importância de rever a política dos recursos humanos no que respeita ao recrutamento e acompanhamento da prática profissional e deverá merecer a reflexão dos elementos das Equipas Técnicas, com a intenção de clarificar o conceito em todas as vertentes de intervenção da APPC e no desempenho dos seus colaboradores.
A política de prevenção dos maus tratos, sendo já do conhecimento geral, e apesar de não existirem relatos ou registos de situações de maus tratos, pela importância que adquire justifica-se que continue a ser incluída em plano de formação interno. Valerá a pena promover momentos privilegiados para a análise e reflexão acerca deste instrumento de trabalho entre os vários serviços.
No âmbito da participação dos clientes e da continuidade na prestação dos serviços que prestamos, revela-se fundamental:

  1. A regulamentação das situações de ausência de retaguarda familiar e/ou outra, no âmbito da nomeação do tutor legal, uma vez que com os clientes da Unidade Residencial, esta necessidade terá uma expressão grande em poucos anos.
  2. Alertar as entidades da tutela para o rácio de colaboradores/clientes nos serviços para a deficiência, particularmente na resposta residencial, uma vez que os que estão previstos legalmente são claramente inferiores aos necessários para assegurar o apoio às pessoas com Paralisia Cerebral. Presentemente a APPC possui uma equipa de 21 ajudantes de ação direta, 1 coordenador técnico a tempo inteiro e 1 terapeuta ocupacional a meio tempo, para os 32 residentes. Isto representa um esforço para manter um rácio acima do legalmente estipulado, que é 3 clientes por cada ajudante de ação direta.
  3. Manter a visão holística e de continuidade entre os serviços assegurando dinâmicas de partilha e co-existência de serviços tão diferentes no mesmo equipamento, dividindo espaços comuns, quer sejam serviços dirigidos para pessoas com deficiência, sem deficiência, crianças, jovens, adultos e séniores.
  4. Responder às necessidades de retaguarda das famílias no domicílio – também aqui o envelhecimento dos cuidadores habituais determina maiores dificuldades de manter a prestação de apoio de 3.ª pessoa em casa.

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