“E as leguminosas que são tão saborosas...”
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O ano de 2016 foi declarado pela FAO (Food and Agriculture Organization) organismo das Nações Unidas responsável pela Alimentação e Agricultura, o Ano Internacional das Leguminosas. O objetivo é aumentar a consciencialização sobre a importância destes alimentos, tanto na saúde como na segurança alimentar e nutricional e, ainda, na sustentabilidade ambiental.
Com este artigo, pretendemos esclarecê-lo e despertar a sua curiosidade sobre este grupo de alimentos.
O termo “leguminosa” refere-se concretamente às sementes secas que crescem em vagens. As mais conhecidas são o feijão, o grão-de-bico, as lentilhas, as ervilhas, as favas e a soja.
Mas afinal o que é que torna as leguminosas tão importantes ao ponto de lhes ser “dedicado” um ano?
A nível nutricional, as leguminosas apresentam uma série de vantagens, as quais vale a pena ter em consideração:
- Representam uma excelente alternativa à carne, quando combinadas com cereais ou derivados (por exemplo o arroz), uma vez que são ricas em proteína vegetal. Podem, por isso, ser utilizadas como principal fonte proteica da refeição;
- São ricas em fibras e hidratos de carbono complexos, os quais têm um papel importante na saciedade, uma vez que a sua absorção é lenta, fornecendo energia ao organismo durante mais horas;
- Não contêm colesterol na sua constituição;
- São boas fontes cálcio, ferro, zinco, ácido fólico e vitaminas do complexo B.
Na “Roda dos Alimentos Portuguesa”, as leguminosas constituem um grupo isolado, apoiando ainda mais a importância destes alimentos. Se não inclui leguminosas na alimentação, aqui tem mais uma razão para passar a fazê-lo.
Os benefícios das leguminosas vão além dos nutricionais, incluindo também benefícios a nível ambiental e económico. São alimentos fáceis de encontrar nas superfícies comerciais e acessíveis a todas as bolsas. São vendidos em conserva (confecionados), ou secos – os quais requerem uma demolha prévia à confeção. Atualmente também já se encontram à venda leguminosas frescas congeladas.
As leguminosas apresentam também uma enorme versatilidade no que diz respeito às formas em que podem ser confecionadas e incluídas na alimentação, desde cozidas, estufadas, em saladas, sopas, etc.
— Leguminosas na Paralisia Cerebral —
Na Paralisia Cerebral, não há nenhuma objeção à inclusão de leguminosas na alimentação. Antes pelo contrário!
Tendo em conta os benefícios referidos anteriormente, as leguminosas são uma boa alternativa, servindo também como uma oportunidade de diversificar a alimentação e corrigindo eventuais problemas de obstipação.
Podem ser incluídas na sopa e no prato principal como fonte proteica dominante, substituindo a carne, o peixe ou o ovo, ou como acompanhamento.
Podem facilmente ser adaptadas a qualquer tipo de alimentação. Caso haja dificuldade a mastigar e/ou a engolir, basta esmagar as leguminosas bem cozidas formando um puré. Ou, até, utilizar um liquidificador (não necessita de ser muito potente) e adaptar a consistência com a adição de água ou azeite conforme as necessidades de cada caso. Nos casos em que a alimentação é feita por sonda, adaptando a consistência, conseguem passar por esta.
A curto prazo disponibilizaremos um “Guia de Bolso” sobre as leguminosas – no qual iremos explorar os diversos tipos de leguminosas disponíveis.
Elaborado pelas Estagiárias de Nutrição: Daniela Silva e Sofia Mendes
Trabalho com orientação de: Dra. Maria Antónia Campos