Gelatina que nos desatina!!!!
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É sabido que a gelatina é saborosa, colorida e apreciada por muitos. Afirmações como “faz emagrecer”, “é boa para combater a celulite, unhas e cabelo”, “não tem açúcar”, “não tem gordura”, “é aconselhável em situações de anemia”, “faz bem aos ossos”… são frequentemente associadas à gelatina.
Com este artigo, pretendemos esclarecer sobre a composição da gelatina e desmistificar algumas alegações referidas a seu respeito.
Antes de mais é importante conhecer a forma como é feita a gelatina. Existem dois tipos de gelatina que se diferenciam pela sua origem: a de origem animal e a de origem vegetal.
A primeira é a mais comum e a que se encontra à venda em qualquer superfície comercial.
A gelatina de origem animal é produzida a partir tecidos animais como o boi ou o porco, nomeadamente, de ossos, pele, tendões e cartilagens. Estes tecidos contêm colagénio que consiste na proteína encontrada nas gelatinas de origem animal.
dia, valor bastante superior ao encontrado nas gelatinas disponíveis no supermercado.
Para além do colagénio, em quantidades muito reduzidas, que outros componentes se encontram também na gelatina? Açúcar! As gelatinas são constituídas maioritariamente por açúcar, que no caso das versões light é substituído por edulcorantes (os chamados adoçantes).
Dizer que um alimento “faz emagrecer” ou “não engorda” é cair numa ilusão. Tal como outros alimentos, a gelatina deve ser consumida com moderação pois fornece calorias, até mesmo as versões light, embora em menor quantidade.
As cores apelativas das diversas gelatinas conseguem-se através da adição de corantes artificiais, os quais se apresentam no rótulo com a letra E seguida de um número. Também os edulcorantes podem surgir no rótulo da mesma forma dos corantes.Relativamente ao teor em gordura, é correto afirmar que as gelatinas não têm gordura. As gelatinas também não apresentam qualquer nutriente que possa ter algum papel em anemias. Para tal seria necessário conter ferro e num teor razoável, o que não acontece!!!. O mesmo se verifica na saúde óssea, em que a gelatina não contém nenhum nutriente que tenha efeito nos ossos.
Sendo assim, a gelatina acaba por ser uma mistura de corantes artificiais, açúcar, adoçantes e proteína mas em quantidades muito baixas, utilizada apenas para gelificar.
Como já referido, existe também à venda gelatinas de origem vegetal. Estas são obtidas de algas como a ágar-ágar. Tal como as gelatinas de origem animal, não contêm gordura e, por terem outro processamento, o teor proteico é nulo. No entanto, têm na sua constituição aditivos químicos, como os corantes e edulcorantes, e o açúcar, à semelhança das de origem animal.
Algumas gelatinas de origem vegetal contêm o corante E129, o qual é alvo de grande controvérsia por ter sido relacionado com cancro em ratinhos experimentais, tendo por isso sido proibido em países como a Dinamarca, França, Bélgica entre outros, não sendo recomendado em crianças.
Outra questão que muitas vezes surge é se a gelatina é uma boa opção para aumentar a hidratação em casos onde a ingestão de líquidos é difícil como é muito frequente na Paralisia Cerebral. Nestas situações, o ideal será a utilização de espessantes que, tal como o nome indica, tornam a água ou outros líquidos mais espessos e a consistência pode ser adaptada conforme as necessidades.
Devido à grande quantidade de corantes e aditivos químicos e à grande quantidade de açúcar para melhorar o sabor, é necessário ter prudência no seu consumo sobretudo em idades mais jovens, uma vez que a gelatina é bastante apreciada e consumida por crianças.
Salientamos a importância de ler os rótulos para que saiba os constituintes da gelatina em questão e comparar as diferentes gelatinas disponíveis de forma a realizar uma escolha consciente.
Para concluir, a gelatina:
- NÃO emagrece;
- NÃO tem efeito na elasticidade da pele, nas unhas e no cabelo nem reduz a celulite;
- TEM açúcar;
- NÃO tem qualquer efeito em situações de anemia nem na saúde óssea;
- NÃO tem gordura.
Elaborado pelas estagiárias de Nutrição:
Daniela Silva e Sofia Mendes
Sob orientação da Dra Maria Antónia Campos